Quando olho e não vejo
 
Não, não é com os olhos que se enxerga,
Mas, com a alma e a emoção do momento.
Conseguir ver o que está dentro do outro
É mais do que um olhar em direção ao nada.
Enxergar além da beleza e da estética,
Com compaixão e muita sabedoria,
Afugenta os desejos impróprios da razão,
Amedronta o eu subversivo,
Adorador de aplauso e de paixão.
Bendito seja aquele que enxerga, não apenas vê.
Quem só mira, é como algo que passa, não fica,
Não cresce e tão pouco dá bons frutos.
Sentimentos viram produtos,
Desvendados com gestos de um olhar,
Pobres dos pobres, assim será anunciado,
Tão somente vendo, muito se deixa passar.
O olhar de quem enxerga, faz ao outro contemplado,
Não veja, não olhe, identifique-se com o contemplar.
Hoje, agora, já.
 
Rio, 06/10/2017
Feitosa dos Santos