A SOMBRA DE SI MESMO

A SOMBRA DE SI MESMO

Marlos Guedes, 09.10.2017

A raiz é tudo,

Pulse na sua essência.

Não esqueça - nunca - de sua sombra!

Renascer das cinzas com a raiz,

E a sombra de si mesmo.

Há pedaços de nós que se escorrega pelos caminhos

Pedaços da alma e da carne assoprados pelos ventos da jornada:

Na luz, na penumbra, na tétrica escuridão!

E a sombra se modifica a cada pedaço que se desprende

A cada novo pedaço de que bebe, de que come, de que traga

- tece em si, destece em si

E o corpo treme diante do orgasmo, gatilho

E o corpo se contorce diante da dor, melancolia

E o corpo chora diante da tristeza, extrema alegria

E o corpo ri diante do humor, diante da flor, diante da paixão

- e tece em si e destece em si

E o corpo, a alma e a sombra se escondem debaixo do cobertor!

Cobertor feito de fios de algodão e morre da falsa morte, viaja e sonha!

- tece em si, destece em si

E o corpo treme diante do preconceito

E o corpo se aquece na aceitação

E o corpo grita, cala, caminha, trota, corre e corre...

E dá o último passo!

E o corpo, a alma e a sombra se escondem debaixo do cobertor!

Cobertor feito de fios de terra debaixo do chão!

- e já não tece mais em si... nem destece mais nada!

- e o barro tece em si, a lama destece tua carne, tua sombra, tua raiz!

Solidão da alma!

(Marlos Guedes, 09.10.2017

SolRam
Enviado por SolRam em 09/10/2017
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