Mea culpa

Crista da manhã que vem brilhando

Que sendo tanto, me faz não ser

Ofusca-me o brilho, toda a virtude

Vem se esgueirando o meu não querer

Sou o esbulho, meus próprios erros

O meu ciúme, insensatez

Meu descontrole e meu orgulho

Me sou eu todos e de uma vez

Eu sei de tudo; não vejo nada

Sei do livro e da enxada

Vivo o mundo, a mulher amada

Eu sei da polca e da toada

Com o olhar, construo prédios

Tão gigantes como meu medo

Vigas frias como meu tédio

E paredes que guardam segredos

Acompanho a espuma da onda torta

Nasce, cresce, enrola e quebra

Afogam meus sonhos e já tão cedo

Leva-me a vida e também me leva

Seguindo o curso do dia longo, me pego sonhando com o devir...

Extirpam-me a vida, meus erros disformes

E sugam-me o sangue os medíocres medos

Eduardo G Silva
Enviado por Eduardo G Silva em 13/10/2017
Reeditado em 15/10/2017
Código do texto: T6141011
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.