A perturbação

Quem és tu que sempre me aparece

Em horas tais e com tanta frequência

Sensação Satã que me enlouquece

Minando minha inexistente paciência?

Quem és tu, bafo diabólico renitente

Que avança no meu íntimo desolado

Fazendo eu comprimir dente a dente

Quando enfia no meu peito desolado

Tuas garras farpadas e venenosas

Assim sem aviso, de repente

E me deixas sensações escabrosas

Rictando-me a face de um demente!

Quem és tu, ser pavoroso,

Que tua aproximação me desmantela!

Que me cobras, vil e vaporoso?

Será que tu és de minha costela?!

A noite vem, a leveza me cai,

O riso e a esperança se mostram a mim...

O sol, e as estrelas, tudo enfim é belo...

Mas esse Câncer minha alma leva ao fim...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 13/10/2017
Código do texto: T6141838
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