Quando nasce os aleijões
Eu gostaria de escrever um poema fenomenal,
Que tocasse mentes e corações,
Que se transformasse em canções
Que mitigassem a agonia e a dor de qualquer coração,
Jovem ou velho,
Solitário ou multidão,
Eu gostaria de escrever esse poema...
Mas minha pena é torta e lamacenta,
Em meio à alegria e à leveza
Põe escuridão e tristeza, solidão.
Me vem não sei de onde uma angústia e se faz presente,
Se embrenha nas palavras,
Olhos vermelhos,
Último suspiros,
Sangue quente penetrando na areia...
Eu sou torto de alma,
Alma penada viva perdido dentro de mim
Cujos gritos lamoriosos me tiram o sono,
Me tiram a vontade de ser reto como gostaria de ser neste mundo...
Enquanto o poema que eu gostaria de escrever não vem,
E ele nunca se fará,
Jamais os meus dedos o derramarão,
Ficam essas coisas torpes aqui,
Como aleijões daquilo que só pude desejar...
Ah, meu amigo, minha amiga, como queria te fazer bem...