Aqueles Olhares

Olha aquele olhar, em seus múltiplos detalhes entranhados na sua natureza, veja aquele brio, de imponência e de gozo, por saber quem ela é ante a todas.

Um dia você é um pouco descrente de quase tudo, mas com reserva de confiança em si mesma, como legado, já superado. Agora em glória, em virtude da sua determinação e luta e, sofrimento, mas ante a tudo, nunca perdeu a fé numa vida boa e tranquila, interessante e fértil.

Outro dia você é comedidamente acanhada. Seu olhar, um campo misterioso de se andar. Depois você é uma admiradora um tanto secreta e, o seu riso é um convite e versejar o pensamento, contudo, em reserva, se mantém o reto.

Num outro dia você é madura, confiante em plena virtude e poder; centrada em concisão absoluta, daquilo que se saber por certo, ser o seu querer. Mulher pronta. Sem reserva de sentido.

Numa noite dessas você era o caçador e, meus olhos sua presa. Cada detalhe de você era de suma importância, desde a delicadeza dos dedos em suas mãos, até a sua total expressão de ser., mas o seu riso, outra vez o seu riso, era algo jamais sabido por meu entendimento.

Num dia desses chegou no serviço, estava radiante, e delicada, e seu olhar deslumbrante. O brilho nos teus olhos, a sua forma no vestido rosa, detalhado em diversas formas, ah! Isso não se faz! Diz o meu pensamento, cheio de vontade de voltar ao éden, ao lugar de adão. Meu Deus! Que linda!

Agora uma mistura diversificada, uma mescla de santidade e pecado, de inocência e vontade de conhecer, e o detalhe no seu vestido, duas listas brancas de forma senoidal acentua da beleza tão plena.

Mas daí você me aparece, senhora do meu querer e da minha vontade. Por saber o que tanto desejo, estou preso no teu olhar, feito a mosca na teia de aranha, nem toda a minha força seria suficiente para me fazer estar de pé diante de ti. Estou caído aos teus pés, seu castigar é um prazer para mim.

Mas você me diz: eu? Eu não! Você diz, mas entre os risos seus há um que se distingue, para dizer que você tem prazer naquilo que ele traduz, e eu vejo isso com alegria e gozo.

Cada curva dessa estrada é um convite ao pecado e, cada pausa feita para dizer alguma coisa da qual se receie, é um flagra de sua mais profunda leveza que oculta os teus rompantes de vida.

Sensação incômoda de querer mais um pouco, embora já saciada em êxtases, a angustia de não querer parar de sentir e de se dar, e de sentir que se dar. Uma fruta madura, em plenitude de poder.

Outro dia uma senhora dona de casa, não por necessidade, mas agora por prazer, pois conquistou a vida, tem trabalho e profissão, mas senta-se imponente no sofá, e pousa para fotografia, dizendo que sabe muito bem o que é e o que não se permite ser.