De olhos fechados

Numa noite qualquer de escuridão vasta

Te vi clareando meu mundo inteiro;

sorrindo pro tempo,

vivendo o agora e o amanhã.

Te vi entre flores de lindas veredas

Dançando e cantando em meu reino idílico;

Teus olhos esfíngicos,

deixei-te sentir pra sentir o teu ser.

As aves cantavam um regato furtivo

E a brisa soprava segredos eternos;

Me via de terno,

e tu de vestido a correr pelo bosque.

Em uma outra noite, escura e materna,

Te vi desenhando meu corpo com os dedos;

Me enchendo de medo

de não mais sentir tua subversão.

Anjo de fogo de essência pura,

Sugando minh'alma e tornando-a sua;

Já estavas nua,

mostrando me o mundo a me enlouquecer.

Assim vai-se a noite sedada em mistério,

arqueando o teu riso a jogar-me no escuro;

De olhar taciturno,

permito teu mundo inundar meu destino.

Eduardo G Silva
Enviado por Eduardo G Silva em 19/10/2017
Reeditado em 28/01/2019
Código do texto: T6146717
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