De olhos fechados
Numa noite qualquer de escuridão vasta
Te vi clareando meu mundo inteiro;
sorrindo pro tempo,
vivendo o agora e o amanhã.
Te vi entre flores de lindas veredas
Dançando e cantando em meu reino idílico;
Teus olhos esfíngicos,
deixei-te sentir pra sentir o teu ser.
As aves cantavam um regato furtivo
E a brisa soprava segredos eternos;
Me via de terno,
e tu de vestido a correr pelo bosque.
Em uma outra noite, escura e materna,
Te vi desenhando meu corpo com os dedos;
Me enchendo de medo
de não mais sentir tua subversão.
Anjo de fogo de essência pura,
Sugando minh'alma e tornando-a sua;
Já estavas nua,
mostrando me o mundo a me enlouquecer.
Assim vai-se a noite sedada em mistério,
arqueando o teu riso a jogar-me no escuro;
De olhar taciturno,
permito teu mundo inundar meu destino.