Mudança

A luz apagada há anos

Desde o meu nascimento

Um trajeto sem nexo

Passos curtos sem rumo

Andando por estreitos e largos trilhos

Sucumbido aos extremos

Longínquo ao verdadeiro sentido

Remoto ao não enxergar

Ao não perceber

Baldado em si

Escusado entre pessoas - indispensáveis

Sincero e manipulador

Controverso ao amor

Repúdio da vida

Por feridas das mais sofridas

Alicerce de colunas frágeis

Estrutura tênue

Caça ao tesouro sem valor

Alucinações reais de dor

Perseguições ilusórias de pudor

Largado a vazia e putrefacta consciência

Perpétuo ao traumatismo criado por mim

Ancorado ao achismo

Sem estribeira e sozinho

Prejudicado e isolado

Corroído de tudo e todos

Só esperando o mortório...

Naquele negrume

Rondado por espíritos imundos

Desesperanças contínuas

Me confortavam

Me regavam com água ácida

Quando não mais respirava

Mas uma luz desceu feito flecha

Lá de cima essa cintilância veio me dar ar

Abrindo novos ares

Me purificando das impurezas

Me sanando de tudo e de todos

O vergel que antes era sem vida

Hoje em dia nasce flor

De orquídeas, florescem

De beija-flores, passeiam

Cantilenas se ouvem

E amar, eu aprendi

Um novo rumo nasceu

E matizadas sensações brotam a cada dia

Me acendem onde as trevas me oprimiam.

Deus me deu a mão

Quando todos deram de ombros

Deus me ajudou

Quando não mais cria em minha vida...

Gratidão!

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 20/10/2017
Reeditado em 09/01/2018
Código do texto: T6147979
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