POBRE COITADO DE UM CORAÇÃO...

Pobre coitado de um coração...

Sem forças, com medo da opinião...

De quem não lhe acode na noite vazia,

naquela sombria triste solidão...

Quando sussurra, quando murmura

seu canto de dor, com tanto amargor!

Pobre coitado de quem conheceu

o amor que possuía, mas que perdeu...

Pois dele abriu mão, chorando sua dor...

Pensando que os outros valiam o amargor...

Sofreu tão atroz tortura da alma,

perdeu sua calma, matou-se de amor...

Escondeu-se do mundo, num pano rasgado,

onde vê retratado seu rosto infeliz...

Com medo da sina, preferiu a vacina

de quem não tem vez, aceita um "talvez"...

Pobre coitado de um coração,

com medo se esvai, se deixa esgotar...

E chora escondido seu pranto sentido,

não se dá ao direito de ao amor se entregar...

Prefere as trevas da dor e da mágoa...

Se isola da vida, é tão infeliz...

É um pobre coitado, que vive ao lado

da vida que passa, que ele não vê...

Só ele sabe disso o "porquê";

sua boca sorrindo prefere mostrar

um riso amarelo, parece singelo,

mas é resultado de um sonho frustrado,

de mágoa ardente de quem não é gente,

pois sua covardia lhe fez desertor...

Não foi capaz de lutar pelo amor...

Mostrou-se covarde, mas agora é tão tarde...

Para reparar o mal que foi feito...

E guarda no peito um mundo acabado,

no olhar que é parado só o vazio ele vê...

Tocar no passado, espelho quebrado,

mostrando sua face...Caindo o disfarse...

Encara tua dor...Quem sabe aprendes:

da vida o valor é só o amor!

Quem sabe respeites os teus sentimentos...

Da vida os momentos são tão passageiros...

E são tão ligeiros os passos da dor!

Aprende com o pranto do teu dissabor...

(às 23:13 hs do dia 19/08/2007)

Mariza Monica
Enviado por Mariza Monica em 19/08/2007
Reeditado em 20/08/2007
Código do texto: T614907
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