Velho Menino

Os anos passam como espasmos

e os ventos sequelaram as pálpebras

que olhavam entre as arestas

de uma ampulheta de areia diáfana

sonhos lúcidos sobre lembranças

antigamente o sol era fácil

pigmentos opacos das noites

esquecidos n’algum jardim sem flor...

Esperanças de um porvir inócuo

nuvens plúmbeas de pensamentos

e os rios já não correm depressa

e as estrelas assustaram os mortos

com arrebóis de horizontes rachados

como espelhos ziguezagueantes

refletindo fogueiras e saudades

no brilho dos olhos do velho menino...

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 30/10/2017
Código do texto: T6157802
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