EU PRECISO PARAR DE MORRER

Viro as costas pro vento

Vida vazia e deprimente

Sem motivos pra mentir

Já não sou tão convincente

Pra matar a vontade do tempo

Procuro alguém pra me ouvir

Minha mente quer derreter

Eu preciso parar de morrer

Sozinho e perdido no tempo

Vivendo que nem peregrino

Descaminho desatento

A cada passo um desatino

Que busca arrependimento

Mas não estou conseguindo

Não me resta o que escolher

Eu preciso parar de morrer

Enxergo em você um alento

Uma espécie de placebo

Um falso medicamento

Arremedo de remédio

Verdadeiro presente de grego

Já que não me livra do tédio

Mas ajuda a parar de tremer

Eu preciso parar de morrer

Me enterro a cada momento

Insisto em mentir minha jura

Preparo meu cenotáfio

E que virar as costas pro vento

Não irá me trazer mais a cura

E deixo aqui neste epitáfio

Que a loucura é meu prazer

Eu preciso parar de morrer

Paulo Cezar Pereira
Enviado por Paulo Cezar Pereira em 08/11/2017
Reeditado em 19/11/2018
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