Vinho e sangue

Enche-a uma vez mais,

Sedenta está a taça

Pelo voluptuoso raro vinho,

Ao que me fizeste viciar;

Embriague minha memória

Novamente a tornar ao momento,

Em que teu sabor experimentei,

E revelaste meu santo tormento;

Eis que já não me alimento

Da doçura de teus seios,

E largaste de nosso acalento

Julgaste prejudiciais meus vícios,

No medo de meu desejo intenso,

Em minha fome pelo prazer

Enche-a uma vez mais,

Sedento está meu peito,

Que nunca se satisfaz,

Com este aroma metálico

E o sabor de ferro, que em meu vinho jaz.