Confissão

Não sei criar belas narrativas

Nem interpretar personagens.

Sou feita de delírios verdadeiros!

Entrego-me sem reserva

Mergulho no escuro

Sem medo do abismo

Me compadeço com o sofrimento do outro

Mas bebo minhas dores até a última gota.

Rio fácil das coisas simples da vida

O catchup do sanduíche que sempre cai na camisa branca...

Admiro a beleza do gol, a risada dos jovens

O jardim... que, as vezes, só flori pra mim.

Me deleito com os livros, os amigos e o vinho.

Como a vida com vontade, sem garfo e faca.

Me lambuzo como quem come manga madura

que escorre pelos cantos da boca.

Se não for intenso, verdadeiro...não vale a pena.