Mater dolorosa
O silêncio cresce e reinventa-me sons
Eu paro pra ouvi-los em colcheias,
Semitons
Descubro e inspiro nuances de mim
Enquanto o etéreo é pintado em lilás
E a lua me olhando, mirando por trás
De um berço solene banhado em cetim
Tal é a queda da noite materna
O olhar de Deus que se esgueira no escuro
E no escuro vê tudo;
Honrando-me em ser parte da parte eterna
Contemplo o ar e o tempo em suspiro
E o som que passeia tal qual suspensão
A terra se esquece de dar outro giro
Enquanto relembra seu mote em vão
Na noite passeia o espectro da vida
Na noite se dorme, se arde em paixão
Na noite se sonha com mente despida
Na noite se olha com o coração