Mater dolorosa

O silêncio cresce e reinventa-me sons

Eu paro pra ouvi-los em colcheias,

Semitons

Descubro e inspiro nuances de mim

Enquanto o etéreo é pintado em lilás

E a lua me olhando, mirando por trás

De um berço solene banhado em cetim

Tal é a queda da noite materna

O olhar de Deus que se esgueira no escuro

E no escuro vê tudo;

Honrando-me em ser parte da parte eterna

Contemplo o ar e o tempo em suspiro

E o som que passeia tal qual suspensão

A terra se esquece de dar outro giro

Enquanto relembra seu mote em vão

Na noite passeia o espectro da vida

Na noite se dorme, se arde em paixão

Na noite se sonha com mente despida

Na noite se olha com o coração

Eduardo G Silva
Enviado por Eduardo G Silva em 16/11/2017
Código do texto: T6173124
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