O poeta está vivo

Talvez hoje não tão chama

Brando assovio quente

Abraços de minha cama

No que hoje tão ausente

Em chamas meu lar, a casa

O tal passageiro, encanto

Chamuscada fez-se brasa

Coberto em cinzas, manta

É marcante a rouca voz

O grito que não ecoa

Consequências do após

Nomes de qualquer pessoa

A lentidão por resposta

Tão aflito o ansioso

Veloz gosta e desgosta

Ganhos meus em ser moroso

Apoiado em mim prossigo

Queime em cinzas o rouco grito

Por vezes a paz consigo

Nasce então o nobre escrito

Finda-se o repousar

Alheio ao mal me esquivo

Sob as cinzas a queimar

O poeta está vivo.

Samuka Souza
Enviado por Samuka Souza em 16/11/2017
Código do texto: T6173798
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