PÓRTICOS

PÓRTICOS

Pórticos santos

reabertos pela concórdia.

Pórticos serenos

de praias brilhantes e concretos.

Pórticos visíveis e reais

reabertos pela candura.

E o que se vê é

um amanhecer no recôndito da aurora.

Pórticos que se abrem afora

em semelhança de pedras preciosas

que brilham resplandecentes.

Pórticos imemoriais

que se abrem generosos

ao resplandecer de um lume.

Pórticos que se fecham,

e novamente se abrem

para a batida de uma mão em aflição.

Pórticos que se desnudam

num cenário de beleza

e verdadeira paz dos lírios.

Pórticos que pagam

preço único à santidade.

Pórticos que redescobrem

cidades que estão prestes a existir.

Pórticos e mais o elixir da eternidade

em brancas nuvens.

Pórticos que reúnem

o momento de se entrar e contemplar a visão

de um panorama em flor

desenhado assim como se desenham constelações.

Pórticos divinos

que estão resguardados no além e no acrescentar

da luz esperando por seus habitantes.

Pórticos gigantes

a reconhecer o mais pequeno dos homens.

Pórticos santos

à espera da mais humilde investida,

Pórticos que resguardam a verdadeira vida.

FERNANDO MEDEIROS

Campinas, é inverno de 2007.