POEMA LIBERTO

Presos

Ao lado do coração,

Ressoam badalos,

Fragmentos de versos,

Arco-íris perdido,

Desejos conturbados,

No peito da agonia.

Insanos,

Esbaforidos,

Querem sair,

Extravasar a lira...

Em alforria,

Mostrar-se ao mundo,

Fazer a poesia,

Cantar a liberdade,

A alegria.

Em signos,

Crio-lhes pontes,

E os dedos ágeis tamborilam

Sobre o teclado,

Dando passagem triunfal

Ao condenado.

Abrem-se as férreas grades,

E o poema ainda amedrontado,

Eclode em liberdade.

Genaura Tormin
Enviado por Genaura Tormin em 21/08/2007
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