Natal dos imigrantes

É Natal...

O mundo comemora,

Data universal,

Famílias se abraçam

E oram,

Trocam presentes,

Imaginando me emociono...

E choro.

É Natal...

E eu não abraço meus filhos,

Não vejo a Árvore natalina da casa do meu apreço

Nem a enfeito, pois me sinto apenas um andarilho.

O Sino que ouço não é o do meu país.

As Guirlandas estão em portas que não conheço,

Minha Ceia é a solidão que eu nunca quis.

Alguns anjos me acolhem com voluntariedade

Nesta terra em que a estrela vida me largou

São Deuses grandiosos de generosidade,

Mas me faltam as tradições da terra que me gerou.

Natal não tem fronteira,

É o que se diz desde sempre

Mas até a língua é barreira

Com os de sangue todos ausentes.

Menos mal que a fé

Em qualquer lugar se sente

E crendo se tem sempre uma chaminé

E uma árvore de boas sementes,

Ano que vem se Deus quiser

Farei um Feliz Natal com Minha Gente.