MEU PÉ DE CINAMOMO
Ainda em minha infância,
Com meu pai e minha irmã,
Numa pequena distância,
Plantamos as sementes, no afã...
De dias ensolarados em constância.
O tempo foi passando, fomos crescendo,
E o cinamomo sempre valente
Com seus galhos, a sombra fazendo.
O que deixava-nos todos contentes.
Essa árvore sempre foi o nosso orgulho,
Nosso descanso no calor,
E um bom abrigo, nas férias de julho,
Quando cantávamos canções de amor.
Saímos de lá, para em outra cidade morar.
A árvore-santa, sozinha ficou por ali.
Um dia, voltei para aquele lugar.
Imaginando o que iria encontrar no lugar que eu nasci
Mas, que surpresa quando cheguei...
O cinamomo ainda estava de pé.
Olhei e, quase não acreditei,
Mas é a minha árvore e, não outra qualquer.
Pois vi em seu tronco, um coração bem riscado,
Com uma letrinha que ainda dava pra ler
As minhas iniciais e as do primeiro namorado
Se eu pudesse voltava no tempo e, criança ia ser.
Nos teus fortes galhos me balançar,
Em teu tronco, fazer teto.
E, embaixo de ti, voltar a sonhar...