BARBALHA, ME ESPERA, EU JÁ VOU

 

Barbalha: te percorro

às margens do Salamanca,

captando sua energia,

e passo a passo me refaço

pelas ruas: Pero Coelho,

Pinto Madeira, Neroly Filgueira,

Rua do Vidéo, Rua Padre Ibiapina.

No altar da Igreja Matriz,

aos pés de Santo Antônio,

me sinto revigorado.

Cidade das tradições,

dança de reisado,

pau da bandeira,

bandas cabaçais.

Barbalha, doce mel,

o verdor dos canaviais

no teu corpo de menina

é o que mais me fascina,

não envelheces jamais.

Quando a noite te envolve

entre azulejos portugueses

e casarões coloniais,

nas tuas ruas eu procuro

saudades dos tempos idos,

amores de nunca mais.

Na Praça Filgueira Sampaio,

saudoso, do banco não saio,

saudoso, sim, por te deixar,

esperando a noite se aquietar

pra te amar um pouco mais.

 

Autor Benedito Morais de Carvalho (Benê)

Livro: A poesia da calçada não vende ilusão

Scortecci Editora (2020)