Quem sou eu?
Uma escrava de mim?
Um romance as avessas?
Alguma flor de petalas lúridas
Despetalando no jardim dos boçais?
Sou o mea-culpa de suas introversões,
O desejo descarado de sua fraqueza,
A desculpa do seu infortúnio,
Nos infernos que procriamos,
Em leitos presunçosos.
Sou a inveja dos fascínios proibidos,
Pernicioso afeto do seu capitalismo,
No obscuro sentir de sua identidade.
A minha paixão é transmutável,
Metamorfose da vida em suas réplicas,
Furor em conveniências,
Tal qual o reflexo de sua humanidade,
No juízo insensato do seu veredito,
Depositária da sua herança maldita.
Sou teu medo e desejo,
Vazão de sua violência esfíngica,
Em seus ócios escandalosos,
Proletária da sua sorte,
Vestida de tempestades invisíveis,
Ataviando as horas inconvenientes,
Até o despertar de sua santidade.
Te devoro e não me percebes,
Na loucura de tuas confidências,
E na fragilidade de tua desgraça,
Seduzida por suas mentiras,
Que me concebe sem entender,
O que realmente sou além da luxúria.
Sirlanio Jorge Dias Gomes
Enviado por Sirlanio Jorge Dias Gomes em 24/11/2017
Reeditado em 25/11/2017
Código do texto: T6181260
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