Visita noturna indesejada
Noite alta! Acordo em sobressalto
Preciso atender uma visita indesejada
Que veio bater à minha porta
Mesmo sem ser convidada.
Levanto a contra-gosto e vou à cozinha
Tomo água e abro a porta da geladeira
A visita? Já que me acordou, que me espere
Pois ainda temos a noite quase inteira.
Após o furto ao cofre das guloseimas
A visita me acompanha ao sofá da sala
Sentamo-nos e conversamos em silêncio
E lá fora ecoam os sons da chuva que não cala.
A visita insiste em ficar ao meu lado
Mesmo Quando vou até a varanda
Não vou oferecer uma xícara de café
Se não, não vai embora, não se manda.
A chuva cessa e eu abro a janela
Essa visita não vê que dela estou farto
Olho lá embaixo o movimento do dia que chega
Enfim um bocejo e volto então ao quarto.
À meia luz do abajur, olho para a cama
E vejo tua face, que tranquila adormeceu
Descansa, querida! que estou a velar teu sono
Pois a mim ainda não visitou Morfeu!
Cícero - 29/11/2017