Fantasioso destino irrogo,
Prova enseja em fragmentos,
Penoso fastio me afronta,
Dos pecados austero castigo,
Letal ferida infligida.
Áspero crime apena,
Lapso repúdio incerto,
Douta esperança invejada,
Auréola luz afaga,
No perdão em mim apetecido.
Porfiarei meu ser em desvalia,
Prostarei na terra minha tristeza,
Praga nefasta do meu inimigo,
Aflição promíscua da minha amizade,
Descuido algoz da felicidade.
Meu olhar aflito perscruta a alegria,
Permuta infinda da vontade,
Aguerrida amiga em combates,
Em seus rastros de crueldade,
A ferir um homem em desalinho.
As estações voam como o vento,
Deixam na memória as impressões,
Memorial violento da angústia,
Dos amores que me olvidaram,
Deixando na boca o gosto da saudade.
O sol se pôs no meu deserto,
Dor condizente de total rebeldia,
Vou-me embora ao horizonte,
Na plena paixão da incerteza,
Após trágico choro espargido.