Fusão das máquinas
As correias que envolvem o aço...
Rrrrrrrrrrr...
Sente os braços cilíndricos que sobem e descem,
E os pistões que se fortalecem no cansaço do trabalho ingrato.
A respiração de monóxido de carbono
Que estimula o gozo de sexo mecânico.
Os parafusos bem postos rangem...
Rãrãrãrãrãrrrrr...
As explosões dos tanques, do carburador.
A injeção eletrônica que arrepia o maquinário.
Eia! Eia! O chicote incandescente sobre as espáduas cromadas!
Eia! Eia! Ssssszzzzuuuummmm!
Eia! Eia! Centenas de capacetes sobre o cérebro frenético!
O diesel bebe o suor.
As conexões se ajustam durante a valsa da persistência.
Eia! Descem as grades! Estraçalham os corpos frágeis.
Eia! Que se agigantam os cabos! Sobem as plataformas.
Zzzuuuummmmmmmmmmmm!
As luzes vermelhas de alerta! A temperatura!
O amálgama dos metais, a fusão para o futuro projeto:
O futuro aço, cobre, estanho, ferro, alumínio...
Da força à fraqueza; da brutalidade à delicadeza.
Eia! As luvas na alavanca lubrificada!
O vidro, o plástico, a borracha, o designer, o símbolo, o preço.
A velocidade...
O relógio
A agonia
A campainha
O cansaço
O suor
A miséria
A debilidade
A roupa
A pele
O desejo
Tãããããããããmmmm!
Sobem as grades, os portões abertos, as ondas de carne surrada, o desespero...
Os prédios
A rua
A avenida
A eletricidade
A multidão
O relógio
A preocupação
O medo
As máquinas
A disputa
As nádegas esmagadas
Trrriiimmm!
A porta
A fome
A devoração
O amor
A indiferença
A discussão
A briga
O ódio
O entorpecimento
A luz
A escuridão
O CIRCUITO....