Túnel

Túnel *

Escrevo na noite açoitando lembranças

sem me importar quão é amargo este

gosto de veneno

E bebo na fonte purificando

o sangue

fingindo sorrir para sossegar a alma

Prossigo por entre passos que

não são meus

nem teus

nem de ninguém

Novamente leve, deixo-me guiar pelo som

-presente força invisível

Sinto seu rastro a impregnar o

ar de música colorida

que há muito não tocava ...

Logo eu que já me desacreditava,

num milagre percebo

lá no fim ,

um motivo para erguer-me.

Lúcia Gönczy*

Lúcia Gonczy
Enviado por Lúcia Gonczy em 22/08/2007
Código do texto: T619125
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