Túnel
Túnel *
Escrevo na noite açoitando lembranças
sem me importar quão é amargo este
gosto de veneno
E bebo na fonte purificando
o sangue
fingindo sorrir para sossegar a alma
Prossigo por entre passos que
não são meus
nem teus
nem de ninguém
Novamente leve, deixo-me guiar pelo som
-presente força invisível
Sinto seu rastro a impregnar o
ar de música colorida
que há muito não tocava ...
Logo eu que já me desacreditava,
num milagre percebo
lá no fim ,
um motivo para erguer-me.
Lúcia Gönczy*