Uma casa velha

Eu fotografei uma casa velha

meio sem cor

talvez só o lodo verde pintasse o clima

Uma casa onde balançava o vento

e a sina do tormento

do lamento de um amor que ali já existiu

e se aconchegou

que afagou no seu ventre

e deu a luz um sonoro "Eu te amo"

um eu te amo que voou com o vento virando fumaça, virando lembrança e música pra quem um dia já teve audição

Eu fotografei uma casa velha

sem eira,

nem beira

só eu e ela:

as paredes

e as redes

e as plantas miúdas decorando por fora como se precisasse esconder o quarto vago onde ainda dorme um coração

Thina Freitas
Enviado por Thina Freitas em 06/12/2017
Reeditado em 06/12/2017
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