Soneto do Eterno Engano

Amo e por amor vivo escravizado

Vivo envolto a correntes, que me prendem

Sentindo cada vez mais, seu amor ausente

A cada instante vejo tudo terminado

Não quero que me julgues, anjo coitado

Tão pouco um leigo, iludido e proscrito

Mesmo que me falte a voz, soarei irado grito

Contra meus próprios erros, vivo vilipendiado

Dei-te amor, mais que em teu peito coubesse

Ao teu tosco coração inumano

Mais humano o meu coração padece.

Vivo escravizado neste amor profano

Nas noites de senzala meu coração emerge

Iludido pelo amor, vivo eterno engano

RENATO ESTEVES SODRÉ

07/12/2017