Rio das Velhas II
Ouvi falar de ti, ainda em criança
Épocas de glória de sua áurea corrente
Quem te viu, quem hoje te vê, sente
A triste sina das latrinas, como herança
Rio das velhas, triste e túrbido, tu descansas
E ainda banha corpos, vidas e sementes
Moribundo tu buscas forças nas nascentes
Mesmo nas intempéries choras, como crianças
A voz corrente de suas águas invade casas
Águas que não estão mortas e nem calmas
Arrastam troncos, destroem sonhos e cortam asas
Diluviana torrente, que corpo e alma deflora
Inspira paixão, fúrias e amores em brasas
Arrastam troncos, destroem sonhos e cortam asas
RENATO ESTEVES SODRÉ
11/12/2017