Refém do Amor

Do amor fui refém

Prisioneiro voluntário do sentimento ameno

Não foi por mal, mas por bem

Inafiançável resgate de teu olhar sereno

Nunca pensei eu tivesses, tanto veneno

Em seu enigmático cárcere de escarcéus

Da escura prisão, triste e perversa

Clamo à Deus e imploro aos céus

Fui atraído e traído

Por esses olhos meigos de negro luzir

Voluntário prisioneiro converti-me

Depois veio a tua mão me ferir

Teu olhar meigo, passando-se por infantil

Colocar-me numa masmorra

E de tua boca ouvi esta frase, nada gentil,

Seca e sórdida, quando me dissestes: morra

Ah!...este amor que um dia vi brilhar

Que hoje sufoca e me entristece

Que faz impiedosamente meu pranto rolar

Solitário, triste prisioneiro, pouco a pouco falece.

RENATO ESTEVES SODRÉ

11/12/2017