Rio das Velhas I

Outrora o ar de suas margens enchia-me o peito

Hoje arrebenta e devora, meu pulmão falido

De águas fétidas, meu pobre e amigo querido

Adeus pescarias e peraltices no desprezado leito

O tempo passou e tornou-me homem feito

E para ti o tempo foi cruel, coração partido

Causam-me tristeza em ver-te turvo, amigo querido

Da passarela, com sentimento, te espreito

Putrefatas são as águas, que em ti descansam

Poluindo águas claras, por simples inveja

E ejaculações mórbidas, em teu leito, lançam.

Meu Deus!...por que tanta sujeira e matança?

Seja feita a lei antipoluição, assim seja!?...

Pois até o pequeno lambari já fez mudança

RENATO ESTEVES SODRÉ

11/12/2017