Por amor
Por amor
eu começarei a inventar
uma vida que não existe
porém faculta de germinar
pelas minhas mãos
secas e sedentas por dar
eu posso chegar
a acariciar a fronte de um rosto
ele pode ser o seu
se me permitir
vou te conceber dentro de mim
como eu nunca concebi ninguém
e talvez, eu não me tenha tanto assim
sem senso para as coisas rotineiras deste mundo
eu me acho me perdendo um pouco de cada vez
seria tão bom fazer isto com alguém
esta confissão não é romântica e nem de solidão
ela sem ser ela também
é para você
é para mim
e não se pode encaixar
em absolutamente nada
posso me contentar
É um soco profundo na alma
que dói pela memória
se confunde pela corruptibilidade do tempo
e é frágil na prisão da estranheza
que é renovada sem você
dia após dia.