TRENS DOIDOS





São tantos trens,

tantos os vais e vens,

os das sete, os das onze,

os de ferro e até os de bronze...



Tantos vagões, estradas e estações,

tantas emoções, visões, alucinações e ilusões...



E são tantos os constantes solavancos,

que os passageiros ficam até surdos, vesgos e mancos! 



Estamos mesmo por aqui só de passagem,

o que sempre atrasa não é o excesso de bagagem, 

mas sim a mania, o vício e o engano com tanta bestagem...



Tem passageiros que por isso desperdiçam a paisagem

e sempre perdem até mesmo o rumo da viagem!



Mas como disse o maquinista Fernando, grande pessoa,

que é um grande mestre da poesia e não é à toa:

"Tudo vale a pena se a alma não é pequena"...



Tudo sempre foi, é e será um importante aprendizado,

que para novos destinos e estações será levado...



Se no trem do meia dia,

o da fumaça da Maria,

não tiver mais lugar,

vá de táxi lunar!



Azuleje-se e perca-se no oco do imenso céu do Brasil,

 vá para alguma estrela cujo brilho jamais viu

e de novo e sempre, apaixonadamente,  

viva uma emoção nova e diferente...



Porque só o que nos resta, sempre, é seguir em frente,

pois como dizia minha sábia avó que nem era vidente:

a vida é uma viagem maravilhosa e surpreendente

que não depende de ninguém, mas só da gente! 














https://youtu.be/vlDC2_287HE

Trem das Sete - Zé Ramalho (de Raul Seixas)






https://youtu.be/jiKnFjgtwKQ

Trem das Onze - Caetano Veloso e Maria Gadu 
(de Adoniran Barbosa)







https://youtu.be/2Z4tE1pdh4I

Taxi Lunar - Zé Ramalho 
















(Paulo Leminski)










 
Wilson Madrid
Enviado por Wilson Madrid em 17/12/2017
Reeditado em 18/12/2017
Código do texto: T6201319
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