Espera
Você que fica, por querer ou insistência, quem o sabe?
E afaga meu corpo dolorido, surrado pela febre.
Aquece meus músculos trêmulos, torturados pelo calafrio.
Adoça meus lábios nauseados. Acaricia meus cabelos desgrenhados.
Você que fica quando estou doente,
que busca a nota mais débil do meu sorriso, que tem muitas cores e tons, mas que hoje, está abatido pela doença.
Você, que vem ficando, estabelecendo, conquistando, adestrando o vasto campo árido onde há um enorme berço com inúmeros ovos de corvos prestes a nascerem...
Nada perguntas, apenas fica, se estabelece feito posseiro.
Ganha o que foi perdido ou abandonado.
Fica na doença, faz-se indispensável
Farol, cais, porto...
Você que fica, apenas apareça logo, por favor.