Espera

Você que fica, por querer ou insistência, quem o sabe?

E afaga meu corpo dolorido, surrado pela febre.

Aquece meus músculos trêmulos, torturados pelo calafrio.

Adoça meus lábios nauseados. Acaricia meus cabelos desgrenhados.

Você que fica quando estou doente,

que busca a nota mais débil do meu sorriso, que tem muitas cores e tons, mas que hoje, está abatido pela doença.

Você, que vem ficando, estabelecendo, conquistando, adestrando o vasto campo árido onde há um enorme berço com inúmeros ovos de corvos prestes a nascerem...

Nada perguntas, apenas fica, se estabelece feito posseiro.

Ganha o que foi perdido ou abandonado.

Fica na doença, faz-se indispensável

Farol, cais, porto...

Você que fica, apenas apareça logo, por favor.

Hilda M Valentim
Enviado por Hilda M Valentim em 22/12/2017
Código do texto: T6205858
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