ASAS DE CHUMBO

Abri as asas nessa noite impaciente,

um céu despedaçado.

Onde as nuvens em fuga para o oriente,

cancelam o meu traçado.

Ulcerado é o parágrafo interrompido,

em ritmo entrecortado.

As asas pesam como pesa a flor da letra,

errante e torta em constantes farrapos.

Isso é percurso da dor,

nas veias curvas de caminhos sem volta.

Perdeu-se o sotaque dos senhores elegantes,

por entre esquinas de uma cidade morta.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 22/12/2017
Código do texto: T6205993
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