ASAS DE CHUMBO
Abri as asas nessa noite impaciente,
um céu despedaçado.
Onde as nuvens em fuga para o oriente,
cancelam o meu traçado.
Ulcerado é o parágrafo interrompido,
em ritmo entrecortado.
As asas pesam como pesa a flor da letra,
errante e torta em constantes farrapos.
Isso é percurso da dor,
nas veias curvas de caminhos sem volta.
Perdeu-se o sotaque dos senhores elegantes,
por entre esquinas de uma cidade morta.