Canetofone
Calem-se os lábios!
Ouçam-se os olhos!
O poeta não fala por palavras
Abstratas espremidas entredentes
A fala do poeta não lança veneno
Não espalha o furor ou destroi
O pouco de tudo que ainda resta
Sob as pegadas dos que julgamos racionais
O poeta fala por palavras livres
E duráveis cuja vóz _ como afirmara
Gullar _ ''são apenas barulhos ao murmureja-se ao sopro da leitura"
Ouçam-se os olhos!
O coração do poeta precisa ser ouvido.
Ele tem um megafone de tintas negras.
Ele está falando agora:
São dores sentidas,alegrias contidas,
São verdades ardentes,amores latentes,
Descasos,desigualdades,apelos,
Ilusões,desilsusões,crenças,descrenças
Ouçam-se os olhos a profundidade argumentada,a sensibilidade aflorada,
Ele tem um mega...
Ele tem um canetofome!