Canetofone

Calem-se os lábios!

Ouçam-se os olhos!

O poeta não fala por palavras

Abstratas espremidas entredentes

A fala do poeta não lança veneno

Não espalha o furor ou destroi

O pouco de tudo que ainda resta

Sob as pegadas dos que julgamos racionais

O poeta fala por palavras livres

E duráveis cuja vóz _ como afirmara

Gullar _ ''são apenas barulhos ao murmureja-se ao sopro da leitura"

Ouçam-se os olhos!

O coração do poeta precisa ser ouvido.

Ele tem um megafone de tintas negras.

Ele está falando agora:

São dores sentidas,alegrias contidas,

São verdades ardentes,amores latentes,

Descasos,desigualdades,apelos,

Ilusões,desilsusões,crenças,descrenças

Ouçam-se os olhos a profundidade argumentada,a sensibilidade aflorada,

Ele tem um mega...

Ele tem um canetofome!

Jão Martins
Enviado por Jão Martins em 25/12/2017
Reeditado em 25/12/2017
Código do texto: T6207687
Classificação de conteúdo: seguro