_______________________SER DOMESTICADO



_ Para o chão - com o peso do corpo -,
ser domesticado
- de fraudar as asas -!
 - Esbravejou o Tempo.


Equilibrando-se
- dependurando-se -
e a margem do mundo
- desde sempre -,
confusão inútil - disse -.

Não queria aquela pequena barca de mundo, de gente, de carros, de grades, de pressas...


_ Desça, criatura!
- O Tempo já na sua falta de camaradagem.

 
Não me lançarei! Não em bosque humano, me renegue!
 - disse a criatura - em vão - é claro.
 

E foi lançada como mosca desvalida das asas
- em espiral confuso -
dando voltas e mais voltas em vertigem até o chão.
E todo o seu corpo doeu,
- e gritou -
corpo rubro que se expande pela primeira vez...

Mortal
- enraizou-se medo,
fragilidade transportada para outros braços
- feito corrente num animal de guarda -
perdeu a autonomia .
Jaz ébria numa cultura de veias e sangue.

Corria da vida na linha sob os pés que vai sem tempo no idioma dos anjos...
Agora é ser domesticado junto à gargalhada dos deuses e de árvores empoeiradas de morar entre os homens.


 
Escrita so som de:

 


 
oOoll NOTURNA lloOo
Enviado por oOoll NOTURNA lloOo em 27/12/2017
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