FIM DE ANO, FIM DE ESTRADA

No retrovisor do tempo,

Olhando o ano morrente

Qual estrada percorrida,

Eu, peregrino insistente,

Desci serra, monte, morrote,

Topei caminho ascendente,

Planuras, baixadas e pontes.

Subi ladeira renitente,

Às vezes, engatinhando,

Ou claudiquei, impotente...

A estrada-ano acabou...

E em seus atalhos perversos

Que teimaram em ensinar-me

Os seus valores inversos,

Guardo, hoje, confiante,

Meus pensamentos imersos

Ou, ainda seguindo

Por caminhos reversos,

Demonstro meu protesto

E me embriago de meus versos.

Júlio Marques
Enviado por Júlio Marques em 01/01/2018
Código do texto: T6213760
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.