Desalinho

Minha bagunça é bagunça de casa.

Quando recebe visita de crianças,

Que deixam tudo de perna pro ar.

Que enchem a casa de comida,

Jogam roupas e brinquedos por qualquer lugar.

Fazem barulho, bricam,

Se estranham e permanecem companheiros.

A bagunça fica quando eles vão embora.

Deixam tudo fora de ordem e com gosto de vida.

Minha bagunça é a vontade de estar nua e descalça e Dançar levemente de olhos fechados.

Deixar pra arrumar as coisas depois.

Minha bagunça é desejo de mais vida,

De alguma coisa que me tire do chão e do automatico. Algo que me arrebate ao real significado de viver.

Minha bagunça é o meu eu insatisfeito,

Teimoso, menino, disposto a não se prender em nada.

Ser livre.

Minha bagunça é sentir exacerbadamente.

É arder, soluçar e transpirar muito.

Sou bagunça.

E nem sei se quero me arrumar agora.