F.I.M

FIM (Borboletas III)

Ora me fazia rir, outra me fazia chorar

Ora era legal e engraçado

Outra era grosso e mal humorado

Me ignorava ou chamava minha atenção

Eu nunca sabia o que pensar

Mas acabava sempre na sua mão

Fazia meu coração de gato e sapato

Dobrava minha razão e brincava com a minha emoção

Quando achava que me abstraí

Acabava caindo em tentação

"Não acredito" pensava, então

Entrava (de novo) no jogo, "oh, não!"

De me irritar, de te irritar

De, ao mesmo tempo, te amar e te odiar

Por me render a sua sensível brutalidade

Que usava e abusava da minha sincera, teimosa, talvez doentia (mas verdadeira) amizade

Por quem me julgava, cobrava, condenava

Ao mesmo tempo que dizia que me adorava

E quando sorria, eu ainda abria a porta

Não sei se era força, fraqueza ou derrota

Só sei que dessa vez foi a última vez

Estou indo embora, sem volta e sem talvez

O que com uma poesia nasceu

Com uma outra diz adeus.

* E as borboletas, que sempre tumulto causaram em mim, hoje se transformaram num simples, sereno e decisivo fim.

Luna Canceriana
Enviado por Luna Canceriana em 21/01/2018
Código do texto: T6232537
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