F.I.M
FIM (Borboletas III)
Ora me fazia rir, outra me fazia chorar
Ora era legal e engraçado
Outra era grosso e mal humorado
Me ignorava ou chamava minha atenção
Eu nunca sabia o que pensar
Mas acabava sempre na sua mão
Fazia meu coração de gato e sapato
Dobrava minha razão e brincava com a minha emoção
Quando achava que me abstraí
Acabava caindo em tentação
"Não acredito" pensava, então
Entrava (de novo) no jogo, "oh, não!"
De me irritar, de te irritar
De, ao mesmo tempo, te amar e te odiar
Por me render a sua sensível brutalidade
Que usava e abusava da minha sincera, teimosa, talvez doentia (mas verdadeira) amizade
Por quem me julgava, cobrava, condenava
Ao mesmo tempo que dizia que me adorava
E quando sorria, eu ainda abria a porta
Não sei se era força, fraqueza ou derrota
Só sei que dessa vez foi a última vez
Estou indo embora, sem volta e sem talvez
O que com uma poesia nasceu
Com uma outra diz adeus.
* E as borboletas, que sempre tumulto causaram em mim, hoje se transformaram num simples, sereno e decisivo fim.