Tantos "ex" no meu eu

Peles de lobos

afofam o leito do vate,

enquanto o barco corre sobre

o berço sôfrego por água.

E daí?

O que é que tem?

Onde é que mora o covarde?

Da janela não se vê o porvir.

Morto fede, é verdade!

Eu entrego...

Não vejo posteridade.

Malditos versos!

Não falam o que sabem!

-Onde é que eu moro?

Nem eu sei!

Não sei se ainda há vida

ou se já me enterrei.

Os pássaros cantam...

Os dias perdem tamanho.

Os sonhos...

O amor...

A esperança...

Rios perdidos, risos de criança.

Tinahh
Enviado por Tinahh em 23/01/2018
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