MÃOS DE PÉTALAS

Gostaria de ter te encontrado em outro tempo

Num período em que a primavera falasse de amores

Que o Sol fosse de amenidades e o vento soprasse fresco,

Mas é inverno, período de reclusão e forte frio.

Meu toque frágil e delicado não pode te aquecer

Há algo morrendo dentro do identificável

Da tua alma invernal, o brilho desapareceu, neva forte

E a opacidade gruda feito catarata nos teus olhos de antigo fogo.

Eu sou flor fora de temporada tentando inutilmente

Perfumar-te, fazer-te fruto especial de rica saciedade,

Porém tal ato às minhas mãos de pétalas não cabe na estação

Resta-me ser aborto de cuidado, algo em desuso no jardim.