Pavio curto

Não sou semente que dá árvore

Nem sou árvore que dá fruto

Não sou o verde da esperança

Nem sou o preto do luto

Não sou o castigo do ímpio

E nem a recompensa do justo

Não sou a carta marcada

E nem o objeto de furto

Não sou o barulho do trem

E nem a causa do tumulto

Minha cabeça é lamparina

Que está de pavio curto!

(Vera Cabalini)