Instinto e extinto... e outros distintos

O instinto é tudo

O extinto é nada

O instinto é um mundo

O extinto às traças

O instinto é bruto

O extinto chora

O instinto é barulho

O extinto é silêncio

O instinto é orgulho

O extinto é lamento

O instinto é vida

O extinto é cinzas

O instinto é fúria

O extinto é derrota

O instinto é vitória

O extinto é degola

O instinto é a lei

O extinto não é

Eu sou o extinto

As costas do sol

No emaranhado das curvas

Espelham as costas do sol

No meio da tarde,

Do fim do dia,

E as cores são despidas, n'ausência que é a noite

Na solidão dos corpos celestes

Das coisas, das dores

O pôr da tarde

O pôr de todo céu

O pôr das cores

Das curvas, das dores nítidas

Da loucura, da luz

O pôr da brancura.. das nuvens

Da altura dos homens

Das retas, dos cantos

Opor ao reino das sombras

Opor ao destino das estrelas

Ao dormir das rosas

À escuridão e sua tristeza

Aos sentidos que aguçam

Aos instintos que inflamam

Com os mistérios da noite

Que a alma poeta declama

Opor ao pôr, dos sonhos

Tão longe, tão dentro

Tão brandos

O pôr opor, ao constante tempo

Robusto, correndo

de nós