Se tu me sorrires.

Rio, 05.02.2018.

Se tu me sorrires.

O caos é minha cal,

Nunca foi chuvisco,

Sempre temporal.

Hoje é que eu noto,

Minha terra firme era

Contínuo terremoto.

Encontrei no teu olhar

Alguma mansidão,

Logo eu que vim

Do olho do furacão.

Dois mundos tão distintos,

Você passeando em paraísos,

Eu mergulhando nos abismos.

Nosso encontro ocorreu

Numa calmaria que se deu

Por eu ter domado a selvageria

Que havia ao meu redor,

E a gente criou laço e nos

Entrelaçamos num nó.

Agora nada nos desata,

Nos fortalece tudo

Que não nos mata.

Eu mantenho as tempestades

Longe de você, não por

Eu ser extraordinário,

Mas por elas serem meu

Conhecido intinerário,

Elas aceitaram desabar

Só sobre mim.

Eu junto os meus destroços

Pra te cultivar outro jardim.

Você cuida dos seus negócios:

Brisa da manhã, perfumes

Do campo, cores de arco-irís.

Em meio as minhas turbulências

Tudo até compensa

Se tu me sorrires.

Clayton Marcio.