KAISER NINGUÉM XII

Eu sou a voz silenciosa, sou sombra da certeza

Sua algoz periculosa, aliada da surpresa

Eu sou a estrada perigosa rumo à ilha da leveza

Sou a espada sempre honrosa que protege a natureza

Sou a máquina de guerra que derruba as suas defesas

Eu sou a lágrima da Terra que abala fortalezas

Eu sou efeito do contágio no mecanismo global destilativo

O coração de cristal frágil e o extrativismo intempestivo

Eu sou a luta pelos tronos numa corrida de ratos

A labuta cujo ônus cobrarão todos extratos

Eu sou o câncer e a doença do ostracismo mundial

Sou o estado de falência do organismo infuncional

Eu sou os pesadelos causadores da insônia

Sou os apelos das trombetas nos portões da Babilônia

Eu sou o início, o meio e o fim, de uma axiologia

Sou a queda do último muro que sustenta a entropia

Eu sou a ideia imponderável de um progresso cooperativo

Mandei Darwin ao inferno ver seu meio seletivo

Lá ele foi selecionado pelo próprio coisa ruim

Sendo ele escravizado já não pensa mais assim

Eu sou os doze discípulos do filho único traído

As entrelinhas dos versículos por Paulo comprometidos

Eu sou a hora silenciosa dessas vozes do além

O cordão da teia em prosa, eu sou o Kaiser Ninguém

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NoOnee
Enviado por NoOnee em 08/02/2018
Reeditado em 18/06/2018
Código do texto: T6248949
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