Entorpecimentos trajetórios

É estranho como eu choco em qualquer lugar que vá

Seja entre os meus, seja entre preto, bixa, pobre ou os de lá

Invade-me a sensação que ninguém entende o que fala

Multiplica-se a necessidade de mostrar o que se passa

Eu não consigo sozinho

Eu não vou chegar lá

Aqui nunca foi meu caminho

Quem dera vissem o quanto tenho a falar

Quem dera pudesse eu ter a força que mostrar

A quebrada, favela e recanto

O sexo, o objeto e acalanto

Meus olhos se se conseguisse apronfundar não aguentaria a barra

Eu mesmo quando encaro o espelho mal consigo me ver

É força, é fraqueza e curativo

Eu não deito pra nada mas vivo caindo

Encaro chicote e foiça

Caneta e remédio

A morte está sempre à espreita

A memória despedaça

Pertencimento desrodeia

Lucas Viana
Enviado por Lucas Viana em 10/02/2018
Reeditado em 10/02/2018
Código do texto: T6249982
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