Entorpecimentos trajetórios
É estranho como eu choco em qualquer lugar que vá
Seja entre os meus, seja entre preto, bixa, pobre ou os de lá
Invade-me a sensação que ninguém entende o que fala
Multiplica-se a necessidade de mostrar o que se passa
Eu não consigo sozinho
Eu não vou chegar lá
Aqui nunca foi meu caminho
Quem dera vissem o quanto tenho a falar
Quem dera pudesse eu ter a força que mostrar
A quebrada, favela e recanto
O sexo, o objeto e acalanto
Meus olhos se se conseguisse apronfundar não aguentaria a barra
Eu mesmo quando encaro o espelho mal consigo me ver
É força, é fraqueza e curativo
Eu não deito pra nada mas vivo caindo
Encaro chicote e foiça
Caneta e remédio
A morte está sempre à espreita
A memória despedaça
Pertencimento desrodeia