Enfim... entre algo e algures

[ Enfim (8) ]

Em vigília

no exaurir da tarde

numa escassez

tangente à inexistência

entre algo e algures,

eventualmente em torno

de uma expectativa,

insinua-se indiferente

o resfriar do ocaso

ou estabelece-se

tão real como

um qualquer sorriso.

Mas um veemente sorriso,

até porque o tempo

também o reforça, vívido,

no rosto da gente.

E reformula-se a noite

em fantasias

muito naturalmente

tresmalhadas.

Sugere-se a penumbra

e o espreguiçar da sombra;

estabelece-se em desníveis

um langor rigoroso.

Pois que os olhos,

mais se adentrando na alma,

resguardam-se melados

para as núpcias do sonho.

Displicente oculta-se

então o olhar

por desvelo lascivo

e por mera paixão.

.

__________________LuMe

Luis Melo

Enviado por Luis Melo em 05/10/2005

Código do texto: T56844

Luis Melo
Enviado por Luis Melo em 12/02/2018
Código do texto: T6252138
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