Vista a minha pele

De uma terra muito distante,

Vieram os negros para o Brasil.

Deixando famílias, riquezas e amigos,

Pra construir um novo País.

Destruíram seus mocambos,

Negro morreu de banzo.

Despojaram seus ideais,

Abafaram sua cultura demais.

Aqui neste País,

Terra de encantos mil.

A luta de Zumbi,

Valeu pra mim e pra ti.

Mas o rufar dos tambores,

E a sinfonia do berimbau,

Tornou meu quilombo ideal.

E com a Lei 10.639,

Minha escola ficou forte.

Do currículo escolar,

Vou então participar.

Hoje tenho felicidade,

Em poder declarar minha identidade.

Sou Negra!

Sou negro!

Vista a minha pele!

Vista a minha pele e venha comigo sambar.

Vista a minha pele e capoeira vamos gingar.

Vista minha pele e vamos todos marabaixar.

Autora Maria Aurea dos Santos

Em 05/11/12