Orla do Urumajó

Bem ao norte do Brasil, há um lugar

Com exuberante fauna e flora!

Coqueiros, mangues, céu e mar.

Um pedacinho da Amazônia!

Recanto da garça e do guará!

Este lugar, é no estado do Pará.

Com o rio Urumajó, a lhe beijar.

Rio querido! Rio manso a marejar!

O lugar ama o rio, e o rio, o lugar.

... Envoltos, por uma orla singular.

Vejam a orla, a Orla do Urumajó!

Aconchegante, serena, charmosa.

Quieta, de bela vista e boa prosa.

Ao longe, no céu, o sol a brilhar!

Dela, se vê, os encantos do lugar.

Lugar este de origem Tupinambá.

Nação indígena que nele habitou.

E rico legado cultural consolidou.

Uso de ervas e chá, arte de caçar.

Modo de plantar e arte de pescar.

Na orla, o branco europeu ancorou

Seu batel, após rio acima navegado.

A natureza rica e bela lhe encantou.

De olhos azuis para lá, transportado.

Consigo língua, crença e festa, levou.

Outro povo além-mar, na orla pisou.

Aquém, o afrodescendente cultivou:

Mandioca, milho, arroz e feijão.

À música e à dança deu contribuição.

O vatapá, a culinária emplementou.

Nos idos, um trem, buzina e fumaça.

Com retirantes cheios de esperanças.

Gente que fugira da fome e da seca.

Vieram homens, mulheres e crianças.

Labutar na orla amazônica e edênica.

Noutro tempo, à orla, veio habitar.

Pessoas oriundas do estado do Ceará.

Com barcos e habilidades de pescar

Guarnecem com peixes, o belo Lugar,

Que trazem das águas do alto mar.

A Orla do Urumajó é solo sagrado.

Nela, 28 de março é homenageado.

Folguedo risca o céu da alvorada.

Bolo, festança, jogos e cavalgada.

Em 1962, de Bragança, emancipado.

Este povo gentil retira o maná

Do campo, do rio ou do mar.

Ele vai e vem, volta a seu lar.

Com frutos da terra ou do mar.

Nas quatro estações, a labutar.

Nos rincões deste lugar, ele está.

Povo cortês, valoroso e acolhedor.

Agricultor, feirante e pescador.

Negociante, artesão e educador.

Povo amigo, sábio e trabalhador.

Este lugar ainda está em evolução.

Na veia, o melhor da miscigenação.

Do vermelho, a magia de conviver.

Do branco altivo, garra de vencer.

Do mulato guerreiro, graça de viver.

Este lugar é de mui nomes, chamado!

De Cidade Educadora, foi nomeado!

De Cidade dos Coqueiros, afamado!

De Augusto Corrêa, foi proclamado!

De eterna Urumajó, foi consagrado!