Casa de Farinha

Desembro chegou saudoso...

Trouxe nostalgia nas asas!

Refaço o caminho da roça...

... Da casa coberta de palha!

Riacho... pomar... e sorrisos!

Da roça nova de piçara roxa...

Ecoa estridente, a velha caroça...

Transborda de mandioca o riacho

Que de dura à lânguida massa.

À velha Casa de Farinha, passa...

Na Casa de Farinha da gente...

Minha mãe, ação costumeira...

Sacodia o tipiti, toda contente!

Irmãos e eu, balançava a peneira.

Fogo... puiá... e chapa quente!

Massa... calor... e fumaça...

A massa, papai remexia ligeiro...

O rodo ia daqui...e vinha de lá...

Do forno, recendia um cheiro...

... O cheiro de farinha d`água!

Naquela simplicidade da mata...

Com a boa farinha d`água...

Se deliciava, o sabor do açaí...

E o peixe, se pescava nas águas

Do gélido riacho, próximo dali...

Naquela campestre realidade

De dura labuta, árdua batalha.

As noites se iam dedilhando...

Momento de pura tranquilidade...

Fogueira, viola e cumplicidade!

Achados... da velha choça...

Retiro momentos raros assim...

Palmilho o caminho da roça...

Da casa de farinha, onde cersci...

Pai e mãe, aconchego sem fim!